Antero de Quental nasceu nos Açores (Ilha de S. Miguel, cidade de Ponta Delgada). Foi uma das figuras marcantes na poesia e na política na segunda metade do século XIX em Portugal. Nasceu no seio de uma família profundamente religiosa. Estudou no Colégio do Pórtico, de Ponta Delgada, fundado e dirigido por António de Feliciano de Castilho. Em 1858 ingressou na Universidade de Coimbra, onde se viria a licenciar em direito em 1864. É neste período que entra em contacto com a obra de Kant, Hegel, Proudhon, Michelet, A. Comte e outros pensadores contemporâneos. Funda a Sociedade do Raio, organização secreta de estudantes envolvida em práticas maçónicas e na contestação ao sistema. Colabora no jornal O Académico. Antero de Quental adere às ideias modernas do seu tempo (republicanismo na política, realismo na arte), destacando-se logo em 1865-1865, pelos ataques que faz aos defensores das concepções mais tradicionais em arte, como o Feliciano de Castilho, na polémica conhecida como a Questão Coimbrã. Após a formatura, seguindo exemplo de Proudhon resolve aprender o ofício de tipógrafo na Imprensa Nacional (1866), seguindo logo a seguir para Paris onde apoia os operários franceses. Não tarda a regressar a Portugal e a viajar para os EUA. Em 1868 fixou-se em Lisboa, onde funda com antigos colegas da universidade o Cenáculo, na Casa de Jaime Batalha Reis. Nesta fase distinguiu-se como um grande paladino das ideias republicanas. No ano da Comuna de Paris (1871), em Lisboa, organiza as célebres Conferências do Casino, que marcaram o início da difusão das ideias socialistas e anarquistas em Portugal. Durante uma viagem a Paris, fica gravemente doente. Em 1881 refugia-se em Vila do Conde, onde estuda Schopenhauer e E. Hartmann. Numa carta datada de 7 de Agosto de 1885, a Carolina Michaelis de Vasconcelos, afirma que terminar o seu período poético e entrara no filosófico, pretendendo desenvolver e sistematizar a sua filosofia. Em 1890 é chamado para encabeçar um movimento patriótico que opôs Portugal à Inglaterra em relação à partilha de África. Agastado com múltiplos problemas para os quais não consegue encontrar resposta, acaba por regressar a Ponta Delgada (Junho de 1891) onde se suicidou.
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