quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Revolta do Porto - Proclamação da República a 31 de Janeiro de 1891





















A revolta tem início na madrugada do dia 31 de Janeiro, quando o Batalhão de Caçadores nº9, liderados por sargentos, se dirigem para o Campo de Santo Ovídio, hoje Praça da República, onde se encontra o Regimento de Infantaria 18 (R.I.18). Ainda antes de chegarem, junta-se ao grupo, o alferes Malheiro, perto da Cadeia da Relação; o Regimento de Infantaria 10, liderado pelo tenente Coelho; e uma companhia da Guarda Fiscal. Embora revoltado, o R.I.18, fica retido pelo coronel Meneses de Lencastre, que assim, quis demonstrar a sua neutralidade no movimento revolucionário.


Foi hasteada uma bandeira vermelha e verde, pertencente a um Centro Democrático Federal. Com fanfarra, foguetes e vivas à República, a multidão decide subir a Rua de Santo António, em direcção à Praça da Batalha, com o objectivo de tomar a estação de Correios e Telégrafos.


No entanto, o festivo cortejo foi barrado por um forte destacamento da Guarda Municipal, posicionada na escadaria da igreja de Santo Ildefonso, no topo da rua. O capitão Leitão, que acompanhava os revoltosos e esperava convencer a guarda a juntar-se-lhes, viu-se ultrapassado pelos acontecimentos. Em resposta a dois tiros que se crê terem partido da multidão, a Guarda solta uma cerrada descarga de fuzilaria vitimando indistintamente militares revoltosos e simpatizantes civis. A multidão civil entrou em debandada, e com ela alguns soldados.


Os mais bravos tentaram ainda resistir. Cerca de trezentos barricaram-se na Câmara Municipal, mas por fim, a Guarda, ajudada por artilharia da serra do Pilar, por Cavalaria e pelo Regimento de Infantaria 18, força-os à rendição, às dez da manhã. Terão sido mortos 12 revoltosos e feridos 40.


















História da revolta do Porto : de 31 de Janeiro de 1891 : depoimento de dois cumplices


AUTOR(ES): Chagas, João, 1863-1925; Coelho, Manuel Maria, 1857-, co-autor
PUBLICAÇÃO: Lisboa : Empreza Democrática de Portugal 1901


                                      323.26(469.13)"1891"/CHA


terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Fernando Namora














Fernando Namora nasceu no dia 15 de Abril de 1919 e faleceu aos 69 anos de idade, no dia 31 de Janeiro de 1989. Frequentou o Liceu José Falcão em Coimbra e, depois, a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Exerceu, durante muitos anos a Medicina, na Beira Baixa e no Alentejo, tendo experimentado vivências que foram o mote para grande parte da sua produção literária.

À data da sua morte, Fernando Namora era até o autor português mais traduzido em todo o mundo.

Muitas ruas de vilas e cidades portuguesas eternizam o seu nome, bem como duas escolas secundárias: a de Condeixa-a-Nova e a da Brandoa-Amadora.
 
 







OUT-GEN OUT-GEN-POR NAM

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Concurso Sardinhas Festas de Lisboa










Para saberem tudo sobre o concurso, para mostrarem aos amigos, para espalharem aos quatro ventos, para lerem em voz alta, para usarem como fundo de ecrã, para ler nas horas livres, em português e em inglês, para quem está cá e para quem vive lá fora, mas sobretudo para concorrerem com as sardinhas que povoam a vossa imaginação.

Tudo em:     http://www.festasdelisboa.com/2013/concorre/









domingo, 27 de janeiro de 2013

Virgílio Ferreira - Efeméride




Virgílio Ferreira nasceu em Melo, no concelho de Gouveia, a 28 de janeiro de 1916, filho de António Augusto Ferreira e de Josefa Ferreira. A ausência dos pais, emigrados nos Estados Unidos, marcou toda a sua infância e juventude. Após uma peregrinação a Lourdes, e por sugestão dos familiares, frequenta o Seminário do Fundão durante seis anos. Daí sai para completar o Curso Liceal na cidade da Guarda. Ingressa em 1935 na Faculdade de Letras a Universidade de Coimbra, onde concluirá o Curso de Filologia Clássica em 1940. Dois anos depois, terminado o estágio no liceu D. João III, nesta mesma cidade, parte para Faro onde iniciará uma prolongada carreira como docente, que o levará a pontos tão distantes como Bragança, Évora ou Lisboa.

Este homem reuniu em si diversas facetas, a de filósofo e a de escritor, a de ensaísta, a de romancista e a de professor. Contudo, foi na escrita que mais se destacou, sendo dos intelectuais contemporâneos mais representativos. Toda a sua obra está impregnada de uma profunda preocupação ensaística.

Vergílio foi também um existencialista por natureza. A sua produção literária reflecte uma séria preocupação com a vida e a cultura. Este escritor confessou a Invocação ao meu Corpo (1969) trazer em si “ a força monstruosa de interrogar”, mais forte que a força de uma pergunta. ”Porque a pergunta é uma interrogação segunda ou acidental e a resposta a espera para que a vida continue. Mas o que eu trago em mim é o anúncio do fim do mundo, ou mais longe, e decerto, o da sua recriação”. Este pensador tecia reflexões constantes acerca do sentido da vida, sobre o mistério da existência, acerca do nascimento e da morte, enfim, acerca dos problemas da condição humana.

Ainda nos restou o imenso homem, que ficou dentro da obra, pois, como o próprio declarou, o autor nunca pode ser dissociado da sua obra porque nela vive, respira e dela fica impregnado. Vergílio entregava-se à escrita de corpo e alma, tinha essa obsessão; após a qual se sentia vazio, mas depois de um livro voltava a renovar-se para dar corpo a outro. “Escrever, escrever, escrever. Toma-me um desvairamento como o de ébrio, que tem mais sede com o beber para o beber, ou do impossível erotismo que vai até ao limite de sangrar. Escrever. Sentir-me devorado por essa bulimia, a avidez sôfrega que se alimenta do impossível”.(Pensar, 1992).

A obra de Vergílio Ferreira recebeu influências do existencialismo de Satre, de Marco Aurélio, Santo Agostinho, Pascal, Dostoievski, Jaspers, Kant e Heidegger. Os clássicos gregos e latinos como Ésquilo, Sófocles e Lucrécio, também assumiram uma importância vital nos pensamentos deste escritor. No livro Mito e Obsessão na Obra de Vergílio Ferreira, Eduardo Lourenço afirma que “faz parte que se considere Vergílio Ferreira numa perspectiva ideológica, como autor de ruptura e tentativa de superação e reformulação do ideário neo-realista; numa perspectiva metafísica, como romancista do existencial no sentido que ao termo foi dado pela temática chamada existencialista; e, finalmente, numa perspectiva simbólica, como romancista de uma espécie de niilismo criador ou, talvez melhor, do humanismo trágico ou tragédia humanista”.

Os romances Uma Esplanada sobre o Mar (1987), pelo qual recebeu o prémio da Associação Portuguesa de Escritores, e Em Nome da Terra (1990) retomam o tema da transitoriedade da vida, sujeita ao passar do tempo. Em 1993 edita em Na Tua Face, uma das suas obras mais exemplares, em que desenvolve uma reflexão aprofundada acerca da beleza e da sua transitoriedade. Este escritor, que aos 80 anos declarou “ vou entrar a escrever no paraíso”, veio falecer a 1-3-1996. Deixou um livro entregue ao editor, publicado posteriormente intitulado Cartas a Sandra (1996), em que se pode reencontrar a personagem Xana, filha do narrador do romance Para Sempre, apresentando ao leitor cartas escritas pelo pai à sua mãe. Após a morte do escritor a Câmara Municipal de Gouveia e a Universidade de Évora criaram prémios literários em memória de Vergílio Ferreira. O espólio do escritor composto por prémios, livros e alguns objectos pessoais foi doado a Gouveia, concelho de onde Vergílio Ferreira era natural e estão em exposição na Biblioteca Municipal Vergílio Ferreira. O seu espólio de originais manuscritos de quase todos os seus romances foi doado à Biblioteca Nacional.





82P-31/FER

















sábado, 26 de janeiro de 2013

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

António Sérgio - Efeméride da semana











António Sérgio de Sousa (Damão, 3 de setembro de 1883 — Lisboa, 24 de janeiro de 1969


Foi dos pensadores mais marcantes do Portugal contemporâneo, com uma vasta obra que se estende da teoria do conhecimento, à filosofia política e à filosofia da educação, passando pela filosofia da história.

Sob o ponto de vista dos conteúdos doutrinários, Sérgio encontrou a filosofia a partir de sua formação de engenheiro, ou seja, a partir da geometria analítica e da física matemática. O ponto de partida e o rumo da sua reflexão sempre permaneceu fiel ao que se lhe afigurara ser o génio íntimo dessas disciplinas, a saber, a passagem do sensível para a relacionação matemática, e a tendência a definir o objecto científico pelo resultado da operação matemática.

Queria isto dizer que a história da ciência, sobretudo a da física sua contemporânea, acabava por ser uma confirmação da filosofia de Platão, Descartes, Malebranche e Kant, identificando-se com o acentuar da capacidade operativa do sujeito no âmbito gnosiológico, e, portanto, com a actividade criativa do intelecto, transformando a ciência na ascese dos tempos modernos.

Diferentemente do que sucedia na física de Aristóteles, em que a ciência era entendida à luz de um modelo discursivo, no qual inteleccionar o real, o particular e o concreto era classificá-lo sob o ponto de vista de uma ideia abstracta, e não condensá-lo num tecido de relações criadoras, a essência do intelecto radicava agora nessa sua natureza constitutiva da experiência, pelo que o pensamento científico é assumido como pensamento-criação e não como pensamento-síntese, guiado por um «dever-ser-inteligível» que determina que se crie a solução apenas depois de haver formulado o problema.

Neste contexto formulou a sua doutrina sobre o socialismo cooperativista. Sérgio, considerava secundário o valor atribuído pelos republicanos à reforma das instituições políticas, desde que tais reformas parassem na esfera política, sem abarcarem a esfera económica e social, surgindo-lhe o cooperativismo como a forma de organização social mais consentânea com a sua concepção do homem como ser activo e criador. À socialização sob a omnipotência do estado, preferiu a socialização pelas cooperativas, pondo a faina sob a acção do povo e não de políticos ou de partidos.
Em coerência com o seu sistema de pensamento, defendeu que a democracia, ao invés de ser uma coisa é uma actividade que se identifica com o processo da cultura, um dinamismo de essência espiritual, um fim que radica na autoridade crescente de cada um sobre si próprio, acabando por tornar o estado desnecessário, pois substituído pelo império de cada alma livre. Assim, a vontade geral que a democracia invoca é «a vontade de qualquer indivíduo, sempre que este, para proceder, toma uma atitude de pensar objectiva, racional, geral», subindo do indivíduo à pessoa, do plano biológico ao plano do espírito, fazendo o homem coincidir com o cidadão



Ensaios - 8 vol.   316.72(469)/SER

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013


Em Calcuta é assim! Mas o importante é ler.


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Governo paga 690 € para criação de cooperativas jovens














O programa COOPJOVEM, destinado a apoiar a criação de cooperativas, prevê a atribuição de uma bolsa de 691,71 euros aos jovens licenciados interessados em desenvolver um projecto, que exige dedicação exclusiva.

A portaria que regulamenta o COOPJOVEM, programa de apoio ao empreendedorismo cooperativo, foi hoje publicada em Diário da República e estabelece três iniciativas: acesso a uma bolsa para desenvolvimento do projecto, apoio técnico e acesso a crédito bonificado ao investimento no âmbito do MICROINVEST.
Podem concorrer ao COOPJOVEM, jovens com idades entre os 18 e os 30 anos e, pelo menos, o 9.º ano de escolaridade, interessados em criar uma nova cooperativa com um mínimo de cinco e um máximo de nove cooperantes.
Podem também candidatar-se ao programa empreendedores entre os 18 e os 40 anos com, pelo menos, o 9.º ano escolaridade que pretendam criar uma nova secção, com um limite de nove jovens agricultores, numa cooperativa já existente e que tenha até 10 trabalhadores.
Para apoiar os jovens no desenvolvimento da cooperativa, o programa prevê a atribuição de bolsas, exigindo em contrapartida “dedicação exclusiva dos jovens à concretização do projecto apresentado”.
A bolsa tem um valor máximo de 691,71 euros para jovens com ensino superior completo (correspondente a 1,65 vezes o indexante dos apoios sociais), 544,99 para jovens com ensino secundário completo (1,3 vezes o IAS) e 419,22 para quem não concluiu o ensino secundário, durante um período mínimo de dois meses e máximo de seis meses.
Os beneficiários da bolsa terão que apresentar relatórios de progresso do projeto e podem candidatar-se às linhas de crédito do MICROINVEST.
Neste âmbito, são elegíveis os projectos de investimento que criem, pelo menos, um posto de trabalho na nova cooperativa ou de que resulte “a criação líquida de postos de trabalho nas cooperativas agrícolas já existentes”.


As candidaturas ao programa devem ser apresentadas à CASES (Cooperativa António Sérgio para a Economia Social), entidade que será responsável pela validação dos projectos.

domingo, 20 de janeiro de 2013

sábado, 19 de janeiro de 2013

Eugénio de Andrade - Efeméride


























Poeta português, nasceu em 19 de Janeiro de 1923 em Póvoa de Atalaia, Fundão, no seio de uma família de camponeses. A sua infância foi passada com a mãe, na sua aldeia natal. Mais tarde, prosseguindo os estudos, foi para Castelo Branco, Lisboa e Coimbra, onde residiu entre 1939 e 1945. Em 1947 entrou para a Inspecção Administrativa dos Serviços Médico-Sociais, em Lisboa. Em 1950 foi transferido para o Porto, onde fixou residência.


Abandonou a ideia de um curso de Filosofia para se dedicar à poesia e à escrita, actividades pelas quais demonstrou desde cedo profundo interesse, a partir da descoberta de trabalhos de Guerra Junqueiro e António Botto. Camilo Pessanha constituiu outra forte influência do jovem poeta Eugénio de Andrade.


Embora não se integre em nenhum dos movimentos literários que lhe são contemporâneos, não os ignorou, mostrando-se solidário com as suas propostas teóricas e colaborando nas revistas a eles ligadas, como Cadernos de Poesia; Vértice; Seara Nova; Sísifo; Gazeta Musical e de Todas as Artes; Colóquio, Revista de Artes e Letras; O Tempo e o Modo e Cadernos de Literatura, entre outras.


A sua poesia caracteriza-se pela importância dada à palavra, quer no seu valor imagético, quer rítmico, sendo a musicalidade um dos aspectos mais marcantes da poética de Eugénio de Andrade, aproximando-a do lirismo primitivo da poesia galego-portuguesa ou, mais recentemente, do simbolismo de Camilo Pessanha.
O tema central da sua poesia é a figuração do Homem, não apenas do eu individual, integrado num colectivo, com o qual se harmoniza (terra, campo, natureza - lugar de encontro) ou luta (cidade - lugar de opressão, de conflito, de morte, contra os quais se levanta a escrita combativa).


Foi galardoado com o Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, atribuído a O Outro Nome da Terra (1988), e com o Prémio de Poesia Jean Malrieu, por Branco no Branco (1984). Recebeu ainda, em 1996, o Prémio Europeu de Poesia. Foi criada, no Porto, uma fundação com o seu nome.

   
Os dóceis animais


AUTOR(ES): Andrade, Eugénio de, pseud.; Valadas, Cristina, 1965-, il.





82P-1/AND

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Sons pela cidade


Os Sons pela Cidade regressam entre os dias 18 e 20 de janeiro. Durante três dias, o programa conjunto da Câmara Municipal de Lisboa e da Orquestra Metropolitana (OML) percorre mais três freguesias levando a música clássica ao coração da cidade.

O programa, que tem proporcionado a muitos habitantes dos bairros da cidade um primeiro contato com a música clássica, integra, nesta edição obras de Carl Reinecke, Charles Gounod e Jean Françaix, com comentários de Rui Leitão. A entrada é gratuita!



sábado, 12 de janeiro de 2013

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Luisa Todi



















Luísa Todi nasceu em Setúbal, na freguesia de Nossa Senhora da Anunciada, a 9 de janeiro de 1753, na atual Rua da Brasileira, não criando grandes raízes na cidade, pois os pais mudaram-se para Lisboa ainda ela era de tenra idade.

Luísa Rosa de Aguiar, nome de solteira, estreou-se, ainda como atriz, em 1767 ou 1768, no teatro montado na propriedade do Conde de Soure, em Lisboa, recitando, com a irmã, as falas das personagens de Tartufo, de Molière.

Foi, também, aí que Luísa Aguiar conheceu Francesco Saverio Todi, violinista de origem italiana.

Em 28 de julho de 1769, com apenas 16 anos de idade, Luísa casou com Todi, na Igreja de Nossa Senhora das Mercês, indo habitar no Pátio do Conde de Soure, perto do Teatro.

Um ano após o casamento, atuou no mesmo teatro, onde se estreou como atriz, mas, desta vez, como cantora, na ópera "Il Viaggiatore Ridicolo", de Guiseppe Scolari. A partir desse momento, a carreira de Luísa Todi tomou outro rumo, apresentando-se logo no ano seguinte em Londres.

A 6 de junho de 1772 atuou no Porto, cantando árias do compositor David Perez, mestre da Capela Real, passando a ser, figura de relevo na sociedade nortenha.

As críticas dos jornais, mesmo os estrangeiros, em relação à cantora não eram modestas, elogiando as capacidades vocais, o relevo que dava à expressividade e à emoção na caracterização das personagens que interpretava.

Londres, Paris, Berlim, Turim, Varsóvia, Veneza, Viena, São Petersburgo foram algumas das cidades em que Luísa Todi passou largas temporadas, alcançando consideráveis êxitos. Nessas ocasiões, conviveu de perto com a aristocracia europeia, como foi o caso de Frederico II da Prússia e Catarina II, imperatriz da Rússia.

Até 1793 andou em tournée pela Europa e foi já com 40 anos de idade que voltou a Portugal para cantar nas festas da filha primogénita do príncipe regente, futuro D. João VI.

Este espetáculo foi uma exceção em Portugal, visto que D. Maria proibira as mulheres de atuarem em público. Apesar da autorização, a família real não esteve presente, nem a atuação de Luísa Todi foi devidamente referenciada.

Talvez por isso, pelas limitações impostas em Portugal, regressou ao estrangeiro, voltando a Portugal, mais concretamente ao Porto, em 1803, já viúva.

Com as invasões francesas, em 1809, Luísa Todi viu-se forçada a abandonar o Porto, perdendo, na fuga, grande parte dos bens, entre os quais se contavam joias.

Em 1811, quando regressou a Lisboa, já era uma mulher amargurada, em parte pela morte de alguns dos seis filhos e por uma das filhas ter sido internada no Recolhimento de Rilhafoldes, destinado a doentes mentais.

Em 1813, Luísa Todi viveu na rua do Tesouro Velho, hoje, rua António Maria Cardoso, e mais tarde mudou-se sucessivamente para as ruas da Barroca e da Atalaia, Largo de S. Nicolau e Travessa da Estrela, onde morreu, em 1 de outubro de 1833, com 80 anos de idade, cega devido a uma doença que tinha desde nova.



                                       

                                              

                                                          Cantores de ópera portugueses
AUTOR(ES): Moreau, Mário, 1926-
ART-ESP OPE MOR



 










A vida fascinante de Luísa Todi
Autor: Soares, Maria Isabel de Mendonça, 1922-

Luiza Todi : 1753-1833 : a voz que vem de longe
Autor: Eleutério, Víctor Luís, 1937-

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Ana de Castro Osório - Conferência










Ana de Castro Osório (1872-1935)



Ana de Castro Osório, escritora e militante dos direitos das mulheres, nascida em Mangualde, em 18 de junho de 1872, mas setubalense por opção, morreu em 23 de março de 1935, deixando vasta obra literária.

Casada com Paulino Oliveira – também escritor e poeta – dedicou-se à literatura para crianças, embora também tenha escrito para adultos vários romances, novelas, comédias e contos.
Alguns destes textos foram traduzidos para castelhano, francês e italiano, enquanto outros estão dispersos por jornais e revistas portugueses e estrangeiros. “Para Crianças” é o título de uma coleção editada por ela composta por 18 volumes.

Desenvolveu atividade a favor dos direitos das mulheres, colaborando, com Afonso Costa, na elaboração da Lei do Divórcio.
Na luta pela emancipação feminina publicou, em 1905, “Às Mulheres Portuguesas”, seleção de vários artigos escritos para jornais e revistas.
Neste volume, de 250 páginas, aponta o trabalho como “passo definitivo para a libertação feminina”, aconselhando as mulheres a não fazer do amor o “ideal único de existência” e a serem “criaturas de inteligência e de razão”.

Da rapariga da época faz um retrato contundente: “Não tem opiniões para não ser pedante, não lê para não ser doutora e não ver espavoridos os noivos.”
Na luta contra o sexismo, reclama para “igual trabalho, igual paga”, consciente de não haver “nada mais justo, nada mais razoável, do que este caminhar seguro, embora lento, do espírito feminino para a sua autonomia”.
Escreveu, também, para a revista “Sociedade Futura” e esteve na criação da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas e da Cruzada das Mulheres Portuguesas, que tinha por objetivo ajudar os soldados que participaram na I Guerra Mundial, bem como as famílias.

Como reconhecimento, a Liga dos Combatentes da Grande Guerra tem no salão da sede, em Lisboa, um busto dela em bronze.
Militante ativa, juntamente com o marido, na luta pela implantação da República, foi presidente da Escola Liberal de Setúbal.
Num tempo em que as mulheres tinham poucos ou nenhuns direitos cívicos, foi a única a participar num Congresso Municipal em Évora, ao qual apresentou uma tese.



                                                      
I-LIT AVE OSO















                                                                                       
  I-LIT CON OSO   

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

sábado, 5 de janeiro de 2013

Depois das festas - 1

Uma das principais preocupações da actualidade é manter o corpo são, sendo a forma mais procurada para emagrecer a dieta.

A biblioteca pode ajudar.







quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Fuga de Peniche





















A famosa fuga de Peniche foi uma das mais espectaculares da história do fascismo português, por se tratar de uma das prisões de mais alta segurança do Estado Novo.

No dia 3 de Janeiro de 1960 evadem-se do forte de Peniche: Álvaro Cunhal, Joaquim Gomes, Carlos Costa, Jaime Serra, Francisco Miguel, José Carlos, Guilherme Carvalho, Pedro Soares, Rogério de Carvalho e Francisco Martins Rodrigues.

No fim da tarde pára na vila de Peniche, em frente ao forte, um carro com o porta-bagagens aberto. Era o sinal de que do exterior estava tudo a postos. Quem deu o sinal foi o actor, já falecido, Rogério Paulo.

Dado e recebido o sinal, no interior do forte dá-se início à acção planeada. O carcereiro foi neutralizado com uma anestesia e com a ajuda de uma sentinela - José Alves - integrado na organização da fuga, os fugitivos passaram, sem serem notados, a parte mais exposta do percurso. Estando no piso superior, descem para o piso de baixo por uma árvore. Daí correm para a muralha exterior para descerem, um a um, através de uma corda feita de lençóis para o fosso exterior do forte. Tiveram ainda que saltar um muro para chegar à vila, onde estavam à espera os automóveis que os haviam de transportar para as casas clandestinas onde deveriam passar a noite.





343.819.7(469)/BER