sexta-feira, 22 de março de 2013

1ª travessia aérea do Atlantico Sul - Efeméride













A primeira travessia aérea do Atlântico Sul, que fez a ligação Lisboa - Rio de Janeiro, levada a cabo por Sacadura Cabral e por Gago Coutinho, constitui um dos grandes marcos impulsionadores da aviação em Portugal.
A ideia da travessia brotou do espírito de aviador de Sacadura aquando da visita de Epitácio Pessoa, presidente eleito no Brasil, a Portugal. Sacadura iniciou assim a delineação do seu objectivo, ao qual só posteriormente se veio aliar Gago Coutinho, aliciado pelo estudo que este impunha sobre a conversão à aeronavegação de processo e instrumentos de navegação marítima.

Assim a viagem encerrou em si dois principais objectivos: por um lado existiu o factor de ordem patriótica e diplomática que concorria para um estreitamento dos laços entre Portugal e o Brasil; por outro, o primordial objectivo da viagem, era a tentativa de provar que a navegação aérea seria susceptível da mesma precisão que a navegação marítima. Neste contexto, revelam-se importantíssimos os instrumentos utilizados na travessia, como o caso do Sextante Português, que se demarcou como exemplo da superioridade dos métodos de precisão de cálculo portugueses.

O cumprimento destes objectivos, especialmente do último enunciado, levaram os aviadores à escolha de um hidroavião específico. À partida qualquer hidroavião teria de ser modificado, de modo a colocar-se um motor Rolls e a aumentar-se a superfície alar e dos flutuadores, com o intuito de transportar mais carga e tornar o engenho mais estável. Estas alterações seriam facilitadas se o avião tivesse sido construído pela casa Fairey (já responsável pela travessia Atlântico Norte).

Dos antecedentes para a viagem, consta ainda o ensaio de voo, realizado entre Lisboa e a cidade do Funchal, a 22 de Março de 1921, na qual se experimentaram quer o corrector de rumos de Sacadura Cabral, quer o famoso sextante.

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